Na Lousã
Vila antiga e sobrecarregada de lugares antigos. Posta no distrito de Coimbra, a sul, entre o arvoredo da sua Serra, onde o antigo Rali de Portugal fazia história cantada no mundo inteiro.
No ponto em que o Centro caminha para o Interior e a antiguidade se firma dentro do burgo.
A Lousã evoluiu, ostenta o estranho fenómeno de deter uma das dez primeiras equipas de rugby nacional (proeza alimentada por um senhor da terra que estudou em Coimbra...), não prescindindo de alguma modernidade feita de propriedade horizontal que não necessita elevadores... - e esquecidas não ficaram as antigas casas senhoriais nem as vielas que são sempre uma saudade.
Mais além, trepando a estrada, fica o castelo. Já não rodeado da moirama inimiga, mas onde o elemento vegetal bem pode conspirar o incêndio.
Perigo temível!!! Sempre candente. Os lousanenses decerto não esquecem essa castelania vigilante. Mas a desanuviar as tropas, quando as candeias por momentos se apagam, e a Lousã fica somente o berço do Licor Beirão (páginas para um dia além...), sobra a praia fluvial da Senhora da Piedade, muito lá no fundo,
o castelo quase uma miragem, numa ribeira que me dizem apelidada de S. João, nascendo não distante da cascata a montante
onde já o recreio principia e a Lousã se refrigera. Por ali as gentes bebem o sossego
e, na sua pequenez, o mundo é grande de oportunidades, a modo de as pessoas serem felizes. É como acabo: generosidade e imaginação de quem dá, e boa vontade agradecida de quem recebe. A Lousã só pode não esquecer esta distinção.