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Jam Sem Terra

(MAS COM AS RAÍZES DE SEMPRE)

Jam Sem Terra

(MAS COM AS RAÍZES DE SEMPRE)

Ainda os faisões (parcerias amigas)

João-Afonso Machado, 24.07.23

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Tinham sobrado de Fevereiro e urgia o golpe de misericórdia nesse manancial a estufar. A D. Alexandrina e o Sr. Martinho convidaram para sua casa... Estava lá também o Sr. António e a sua Senhora, a D. Cristina, que eu não conhecia.

Sala fresca, mesa posta, umas entradas e o verde da terra. Calmia total...

Logo se ouviu o galináceo cantar no descer das nossas goelas. A menina Marta, filha dos anfitreões, ajudava na faina, bem como o jovem Rodrigo, três anitos e muita devoção a Maria, Nossa Senhora. Veio a meloa, caindo em cima do faisão a dar-lhe o golpe terminal. E mais um copo de vinho. O Rodrigo continuava em extâse perante a imagem de Fátima...

Era ao almoço mas houve fados. No terraço, o tanque regorgitava de peixinhos encarnados à sombra do canavial. E o cantar, muito letrado de viveres marítimos, acompanhava-se à viola da D. Alexandrina e pelo banjo do Sr. Martinho.

Gente amiga é assim nestas bandas. Feita de conversa, brincadeira e generosidade. Por isso me dou bem na minha terra, onde ainda consigo explicar que um faisão morto por uma cartuchada sofre menos (e é maior) do que um frango doméstico de pescoço serrado na cozinha.

Entardecia. E vim de regresso. Amanhã será a partida para outro destino. Mas adormecerei aquilantando o peso de ouro desta camaradagem. Enquanto não, goze-se bem o silêncio de Julho aqui entre nós.