O Burgo
O shuttle, uma Mercedes de nove lugares mais um clandestino, era conduzido pelo bem disposto e influentíssimo cavalheiro lousanense, o Senhor José Redondo. Íamos almoçar a seu convite. Na encosta do castelo local, entre muitas curvas da estrada e a cerrada vegetação dos montes. E lá no fundo da descida, a ribeira de S. João, ainda menina, mais adiante a mãe de muitas e cobiçadas trutas, e a praia fluvial de Nossa Senhora da Piedade. O restaurante do nosso destino - O Burgo, o famoso O Burgo...
Com vistas excelentes. Para a Serra, para as águas, para um circuito do melhor prazer. Sempre imensamente animado.
E logo no início das "hostilidades", uma profusão de entradas - pataniscas, patés, enchidos, queijos - já trazendo consigo um Conventual Reserva, tinto de Portalegre (2020) da mais alta qualificação. Bem graduado (graduadíssimo), recomendando prudência. Mas uma colecção de aromas e sabores que permaneciam a cada gole bebericado, pelo que tudo correu às mil maravilhas.
Veio o prato. Ou melhor, uma colecção de pratinhos - uma colecção de carnes - veado, javali, cabrito, vaca, galinha - e outra de acompanhamento - migas, arroz com açafrão, batata assada, verduras... E chanfana ainda!
A deputação famalicense consolou-se. Ergueu o balão de onde saíam os hipnóticos fluídos do cognac da Lousã, o "Beirão de Honra" (tema para dia próximo...), e efectuou sucessivos brindes ao caro Amigo José Redondo. Tudo fora dele a escolha, o amável convite, a aceitação de olhos fechados da maioria dos convidados que desconhecia...
Muito obrigado! - repito eu daqui a um Senhor beirão nobilíssimo do seu ser. E parabéns também a O Burgo pela excelência do seu serviço!