Viv'á Volta!
Outro ano, outros giros da roda pedaleira. À estrada, minha gente, à estrada! - que o sofá é só para mim. Arraial, arraial, pela Volta a Portugal!
Serão quase duas semanas dos melhor digeridos almoços. Com meloa à sobremesa e um desenho quase sem formas de horário. A função não se iniciará antes das três da tarde, já o calor bamboleia a leitura nas minhas mãos... O insubstituível Marco Chagas brota ciência velocipédica pelo nariz e pela boca augura as mais subtis estratégias para a maratona do dia. O pelotão parte enfim. Zzzzzzzz, zunem os aros de terra em terra, de concelho em concelho.
E no asfalto o camisola amarela rodeado do seu séquito. Os desejosos de protagonismo logo ensaiam fugas precoces ante os avisos do Prof. Chagas - Ainda é cedo, muito cedo, faltam muitos quilómetros ainda.
O camisola amarela na sua serenidade majestática e eu dormindo já. A etapa voa e poisa só no alarido do sprint final. Acordo a tempo, é cumprida a tradição das duas moçoilas rabudinhas beijocando repenicadamente as bochechas ainda atarantadas do esquálido vencedor. Não há mexidas na classificação geral. O catedrático Chagas diz coisas compugentes sobre o calvário de amanhã e o castelo de Templários no percurso. A Volta é cultura geral mas eu ignoro ainda o que seja o meu almoço do dia seguinte.