Café Tino Socorro
Vem de muito longe a sua fama do melhor bacalhau na Província. E em Portugal. E no mundo inteiro. Aqui ao lado, na freguesia de Alvelos, umas das muitas do concelho do Barcelos. Para os interessados, o roteiro não é complicado: basta chegar a Barcelinhos, saír da auto-estrada e perguntar. As famigeradas apps só complicariam alcançar a extensa Rua do Socorro...
Mas quantos menos vierem, melhor...
É, aparentemente, um café. Não mais do que isso, não sentíssemos o calor da fornalha, lá dentro. Oficialmente o Tino serve apenas por encomenda. Mas hão de ser tantas que a dita fornalha não apaga e a casa vive cheia e muito cantante, jamais esvaziando a sala dos repastos. Onde há de tudo, mormente as brigadas policiais, abancadas, descontraídas, palradoras, zelando pelos nossos conhecidos jarros cerâmicos brancos com tarjas azuis. Entre o meio cheio e o vazio... E com tal exemplo, a rapaziada só fica mais à vontade...
Indo ao que importa. O bacalhau faz jus à sua fama. Maldito seria o ardente forno! Assado, assadíssimo, na brasa, com batata cozida e verdura farta. Só o vinho da casa desdiz, chocho, adocicado, desalmado, incapaz de emparceirar com os fulgores do bacalhau.
São estas as dicas. E mais outra: a de evitar as quintas, o sacrossanto dia de feira em Barcelos.. Isto para quem gostar de conversar em voz baixa, ou de filosofar como eu trazia dois temas para um bom e muito esquerdista Amigo, tencionando apontar-lhe a espada ao coração das suas convicções.
De sobremesa? Ainda no rescaldo pascal um pão-de-ló esplêndido. E mais um copo do tal agoniado verde branco por cima.
Estava findo o debate. O bacalhau ali reina, sem dúvida alguma. Mas o dia da real audiência é que deve ser escolhido com cautela. A discreta máquina fotográfica apanhará agentes de segurança em posições menos condignas. Não que isso me importe, vindo por caminhos transvios que eu sei, cá da nossa terra...