Costumes incas
O vaso empoeira-se esquecido e já desacreditando dos ecos de tanta saudade. Foi no início do inverno. Regavam-no lágrimas e juras eternas. Lembram-se? Alguém se lembrará desses húmidos dizeres?
Apodrece o vaso ameaçado de um dia ouvir na sua mudez - Mas onde estará ele? - Um dia, esse dia véspera de quaisquer férias curtas mas solarengas. A primavera está no fim. Pobre vaso em forma de pretexto, vaso esguio e adiado, porém com nome próprio até.
O vaso são cinzas; foi vida de gente. E a multidão sorri, de caminho já gargalha, é o inconcebível marasmo. Comentado à porta do verão. Porque o destino do vaso é agora o antes de sempre - a caudinha da procissão no fim do cerimonial do sol divinizado.
Enquanto tal, resta-lhe, ao vaso, aguardar. Aguardar a bem-aventurança do clima e o poente do culto, enfim, o seu derradeiro instante antes do escuro sossego da perpetuidade.