A chegar...
Meus Amigos, já estou em trânsito e o comboio não se demora, é somente o tempo de ajuntar umas ideias e, sobretudo, de reviver emoções. Trago ainda nos olhos a nossa última viagem pela Catalunha, um pequeno troço desta peregrinação que nascemos para percorrer em busca de nós próprios e do sentido de sermos. (De repente dou comigo parafraseando o Cardeal Tolentino - «A Fé quer-nos assim, o crente é assim: um peregrino com as mãos pobres e vazias e os olhos cheios».)
Literalmente. Por isso viajo de mochila e a máquina fotográfica, uma espécie de cábula para os meus testes visuais, mundo fora.
E vou na alegria do reencontro. Talvez haja esquecido, ou baralhe, o nome de alguns. Talvez mesmo não seja particularmente conversador. Talvez, por isso, estas palavras sejam um recado que fica já transmitido, precedendo silêncios. Mas é impossível não sentir o fraterno calor que se gera nestas catacumbas cheias da luz do céu. «Com as mãos pobres e vazias», sim, mas com um leitão também. (E o vinho em que se transformou a água das talhas evangélicas; os «olhos cheios» são-no de vida e argúcia, de entusiasmo...)
Ou é de mim, ou acabo de passar a Souselas do meu coração. Enrosco a tampa da caneta e enfio o bloco-notas na bolsa da mochila. Estou quase aí.
Até já, queridos Amigos!