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Jam Sem Terra

(MAS COM AS RAÍZES DE SEMPRE)

Jam Sem Terra

(MAS COM AS RAÍZES DE SEMPRE)

No novo mundo

João-Afonso Machado, 19.02.25

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Passou, repassou, mas jamais trespassou. Tinha-se estabelecido por toda a vida feita de um eterno ir-e-vir.

Sem balcões nem divisórias. Sem quaisquer marcos, até. Havia arvoredo e um traçado estreito, o horizonte minimizava as contramãos. As horas somavam copas e ramagens, o esvoaçar das aves dos fins de tarde e as silhuetas acastanhadas ou esverdeadas dos monstros aquáticos que talvez povoassem aqueles terrenos alagadiços.

Assim encarava friamente a realidade para lá e para cá, sempre diferente de tão pendular. Vislumbrou montadas em trote largo e amazonas de cabeleira lindíssima e feições já distantes da sua geração; mais os cavalos todos que cabem dentro de um motor. Era quando se lembrava de não ser um sobrevivente. E o ruído parecia mesmo ganhar algum sentido.

Prosseguia até à noitinha. Então acontecia suar pesadelos de um mundo irreal, ultrapovoado de gente, sem jacarés nem jiboias, sem um sardão ao menos.

 

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