O ano não promete...
Será impressão minha, apenas, mas juraria 2025 acordou sobre o cedo, lavado pelo sol (que se esqueceu das suas ramelas) e muito friorento. Como se não bastasse, coxo e de poucas falas. Em ressaca e carregando às costas todo o péssimismo de que é capaz. Como não fui esta noite, não irei recebê-lo também esta manhã.
Não porque me enfadem os seus maus augúrios políticos, de resto à medida dos meus.
Sequer a sua geral visão de que caminhamos - coxeamos - para o caos. Ainda então nos poríamos de acordo. Mas o pior viria depois, de novo entre paredes, com as gentes desancando as minhas visões apocalípticas, os meus presságios, esta tristeza que sinto no ar, a minha inabilidade para a antevisão... E aqui d'El-Rei, o gajo é maluco e é um chato!
Pois fiquem-se para aí com o vosso espírito positivo. Iluminem-se, façam saltar a rolha do espumante. Sobretudo não pensem e substituam a fé pela fezada. Eu cá vou treinando o "estado neutro", um paliativo que estudei para as emoções e reacções, uma espécie de surdez mental para quando trupam à porta os optimistas de hoje, realistas de amanhã. Por norma, os desmemoriados de sempre.
No resto, que me ocorra, 2025 prometeu-me, mais para o meio da corrida, - se eu lá chegar - o presente vitalício do meio bilhete de comboio. Oxalá cumpra...