O Velho Minho, na Póvoa de Lanhoso
É a minha secreta reserva para estar com os que mais me dizem ao coração. (Há dez anos ainda ela vivia, e sã... O jantar decorreu após a visita ao castelo gigantescamente roqueiro, em noite de Verão, repasto cá fora na esplanada...) E agora com os filhos, em tarde ventosa com o Gerês no horizonte e mesa de almoço - 24 de Dezembro - marcada no Velho Minho, a dois passos da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso. Edifício granítico, idoso, a respirar muita honorabilidade.
De modo que entrámos com toda a cortesia recebidos. Foi-nos indicado o cantinho à nossa espera, onde abancámos e logo nos vimos rodeados de pão e tostas e de delícias do mar, que a voracidade vezes três não poupou. Um velho, um viajante do mundo e um rapaz das escritas sempre constituirão uma trindade fatalmente esfomeada. E por isso a escolha recaiu no cabrito assado. Muito aconchegado em batatinhas, o arroz na travessa ao lado e muitas verduras noutra ainda. De eleição, temperado por sabores antigos, cortado em bons nacos e regado por um Papa-Figos, tinto equilibrado, longe de certas invenções a transbordar a graduação dos maduros normais, toda a experiência da Ferreirinha nele.
Assim o cabrito se volatilizou...
E porque um dia não são dias, e os domínios da Maria da Fonte nos acordam o sangue minhoto que não pára nestas veias, à sobremesa outra tolice - o pudim do Abade de Priscos. Com todas as suas doces maldades à saúde....
O almoço demorou, a sala já era só nossa. Tão dispersa família, quando se reune é pior do que uma gaiola de piriquitos... Até que a partida se impôs, no seguimento da costumeira troca de cumprimentos natalícios com o pessoal da casa.
O Velho Minho, uma referência na Póvoa de Lanhoso. Para mim - sempre! - a ara das mais escolhidas nas solenidades do meu coração!