"Soneto das cores"
João-Afonso Machado, 05.11.24
Juram profetas virão todas, dias
Uns depois dos outros, as muitas cores
Do céu espantado, o céu dos amores.
O céu, Mãe, onde não me perderias.
Nem eu padecerei as noites frias
Caladas vivas a escorrer horrores.
Não, Mãe, serão apenas montes e flores,
Séculos os prometem, tu vigias,
Mãe, minha Senhora Mãe, pelos tectos
De arcos-iris, nascente e ocaso –
- Ocaso meu, a nascente teus netos
Verdes dum tempo em ti, Mãe, e o prazo
Incerto do meu azul, a minha bandeira
Branca também, como ma dás inteira.