"Soneto da Alpedrinha"
Cheguei assim por minha vida trazido
No calor alto, quanto sofri exausto
Em dia morto, olhei mas não vi fausto
A saber – se gente, se intrometido.
Ao fim dos tempos, (que tempo já ido!)
Silente na pedra, tão quedo e causto,
Ouve granito daqui o teu Austo
Nesse mar de fragmas todo partido.
Fica tu no vazio da capela
Com o dormir eminente e cardeal,
Pedrinha a pedrinha no mal
Fica na modorra, fica-te nela
E talvez um dia saibas renascer
Comigo, mãos dadas, para viver.