"Valsa a bordo" (bis)
Se me é permitido aconselhar, busquem no You Tube o Take This Waltz do Leonard Cohen. De preferência na versão ao vivo do concerto em Londres, ou mesmo no de Dublin. Em ambos, a mais bonita valsa, o final do espectáculo, Leonard Cohen, já de idade, apresentando depois os seus músicos, que são vários, dando primazia à guitarra portuguesa tocada por Javier Mas. E ainda, além dos outros, a sua «collaborateur, the incomparable» Sharon Robertson.
Leonard Cohen sai, dançaricando pelo fundo do palco. Mas deu-me o bastante para me encantar com o lá-lá-lá de Sharon Robertson. Isto há mais de dois anos. E desafiei-a, então, para a "Valsa a bordo" que para ela escrevi:
«Viagem futura cuidando marés,
dia imenso de altura e cidade, vais flutuando
no cais por onde és
em sonhos sem idade ou abrigo,
somente trepando comigo
elevadores arfando de amores…
E vamos e vamos de gala vamos,
por fim o baile querida,
por fim esta valsa nossa vida,
poisa por fim o xaile,
a tua mão em meu ombro caída
e a outra entre a minha
de braços girando em vaga marinha,
dançando, dançando, dançando,
sempre sempre volteando
até um dia, essa melodia,
esse dia - até quando?».
Hoje ainda a danço com Sharon nos pés tristes do meu espírito. Publiquei-a em casa blogger que habitei até 2020. Mas prosseguirei, tempo fora, com essa mulher fascinante que no limite das palavras haverá sempre de lançar o seu olhar dengoso e repetir um eterno, melódico, - Lá-lá-lá. Dedicado a mim, é claro.